De volta à escola
Elí estava sentado debaixo de uma árvore vendo os meninos jogando bola. Volta e meia, gritava e agitava os braços incentivando Vado, que, entre eles, era o melhor, apesar da pouca idade. Tivesse alguma chance e poderia acabar em algum dos clubes da região ou até bem mais distante, pensava. Ao ver Joana se aproximar, assustou-se. Quis levantar-se e ir embora, os olhos procurando ao redor, temendo que alguém, qualquer um, os visse juntos.
– Eu desisti da escola, professora! – Disse ele, procurando se afastar.
Ela segurou-o pelo braço e disse:
– Tudo bem! A decisão é sua, filho, e eu a respeito.
Mas a gente não pode pelo menos conversar?
– Então é melhor me deixar em paz! Não quero complicação pro meu lado.
– Nem eu. Mas antes de você ir embora, a gente não podia conversar um pouquinho?
Sobre o quê?
– Sobre a escola!
– Mas professora, eu já disse que eu desisti da escola. E não quero mais voltar!
– Mas meu filho, você não quer algum dia ser alguém na vida?
– Mas pra quê estudar se eu quero ser jogador de futebol!
– Ta eu entendo, mas e se você não conseguir ser jogador de futebol, o que você irá querer ser?
– Engenheiro! Igual ao meu pai.
– Nossa! Mas para ser engenheiro tem que estudar muito!
– Serio professora?
– Sério meu filho, para ser engenheiro tem que fazer faculdade, e para fazer uma faculdade tem que estudar muito!
O menino impressionado, disse:
– Nossa professora, eu acho que eu vou voltar a estudar viu!
E a professora orgulhosa daquilo que ouviu, disse:
– É isso ai meu filho, a escola tem que está na nossa vida, e para todas as profissões tem que ter inteligência.
– É, eu também acho professora ! – Saíram os dois direto para a escola!
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